segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

LUZ, SABER e DOR

E aos olhos que sempre escorregam
de seu piano visual ,
a minha flor de sangue ofereço...
Brota do censo
em meio ao pântano humano,
e no meu coração cigano cravo um punhal,
Tiro o sal dos teus cabelos,
o mel dos teus seios.
É a minha língua pendente,
o úmido e único tapete
para teu caminho inerte e inconsciente, teu arrepio.

Compeito23cor

DELIRIO QUATRO

E não quero mais dizer que quero.
Estou em sintonia, não me perguntes.
Não prefiro, não escolho.
Deixo a chuva cair em meus cabelos a levar na enxurrada meu
pensamento, um estorvo, meu cansaço, minha pretensão
de ser sempre algo palpável.

E comia torta de morangos todo dia, esquecia de alguma
fina camada que se rasgava. E, mostrava-se a si um raio do
circuito elétrico, faíscas a saltar dos olhos.
Sua dor profunda partiu do peito, me querendo em moradia.
E esperou que o sol dormisse na linha aparente
e que a lua boêmia, embebida de noite surgisse.
Do seu ponto, de sua porta cor de rosa saiu
deixando dentro do seu cofre de aço
sua face esquerda tão diferente,
seu coração ardente
e a partitura musical que escreveu.
Madame Light Clair
que imaginavamos um Rolls-Royce,um belo passeio,
não tomou sua champanhe ao por do sol,
não foi nem a um funeral.
E sem limites a procurei
por detrás das portas,
das costas da consciência,
nas profundas fossas do sol...
E dentro de um piano
em concerto para raros a encontrei.
A puxei violentamente,
lhe arranquei das adicionâncias
que a negariam a mim e a tantos,
Lhe mostrei crânios, cabeças, pensamentos
ao querer lhe possuir.
Até que cansada por minha embriaguez,
se entregou ao momentos que faltavam
para a visão apocalíptica da insensatez.
Ao meu olhar que não desviou,
expôs a luz azulada e fraca daquela estranha vida.
No cântico sereno do lago do seu olhar lavou minha cabeça,
massageou com carinho meus cabelos.
Meu coração se in-findou no seu eternamente.
Light Clair me falou
do outro lado do sol.

Nenhum comentário:

Postar um comentário