segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

PALAVRAS DO OBSERVADOR IMPARCIAL

Por meio, um segredo
oriundo das setas,
se altera e desvainece
em plena insuficiência-in,
correndo por labirintos feitos,
estreito caminho.
Desfazendo o pacto,
no ato do fato consequencia, na velocidade das luzes.
Permanência então da artimanha,
do teu cada passo dado
solado na sola de um sonho todo nosso de cada dia.

A palavra que dizes
sempre antes para ti,
incompreensível sim
mas verdadeira,
pois verdades se criam
nos espaços e no tempo
como música.

Nada segreda nada.

n Não queria que minhas flechas ferissem,
mas, que indicassem como sinais.
Que não sangrassem,
que tocassem tua compreensão
com a mesma dor
que trazes contigo.
Sei que bom arqueiro não sou,
que atiro com força
e que não meço distância
Mas tenho que lançar,
já que possuo.
Ainda que rasgue teu peito
e o meu
até que a suavidade do ato
se torne a parte
que falta em mim.

Compeito301

Fumaça solta no ar,
mil olhos expressivos a olhar
o vazio profundo da luz vermelha
que invade a peça
e o nosso âmago.
A iluminar os caminhos da linguagem
expressa em meios,
rodeios e dilacerações de gargantas,
língua e dentes,
respiração, cabeças e olhos, uma maneira tão lenta e confortável de se movimentar no mundo.
E escutamos vozes longínquas
de um estranho mundo de dimensões
onde vive um velho sábio amigo nosso.
E numa estranha sequência,muito rápidamente, somos conduzidos,
para fora das grades,
além do divino e do sobrenatural.
E cada nota é uma vida,
cada vida é uma nota...
não, não, não é não
Leva consigo a sua (nota),
soe bem ou mal.
Ela!
Até o fim da sequência.
Mais outra porta.
Até lá mil olhos!

q Que de certo tudo mudou onde o tempo esgota.
Que de certo tudo calou onde o silencio é o
que mais ensina.

luzes, luzes, luzes, luzes...

s Serão ponteiros que marcam
meus olhos a te fitar.
Será corte, ferida na carne,
minha mais nova canção embriagada.
E, talvez, então,
numa bela tarde,
noite ou madrugada,
tua voz se faça ouvir
bem mais clara e nítida,
como agora teu coração
E que te estrangule
pelo teu estúpido pensar,
e te deixe
inerte em tuas próprias mãos.

h Homem meio
meio a um homem
Será feito
Seja feito
Desfeito
um meio
homem um meio
Homem e meio
Não será
Te esgota...
Até cansar.

Compeito20AA

Já faz algum
tempo atrás
Não importa
quando,
nem o que passou.
O que importa
é que foi a algum
tempo atrás.

luzes, luzes, luzes, luzes...

s Ser o que se coma,
soprar o vento
em direções,
como iluminar...
ser a rotação
em que gira a terra.
ser oriente
e ocidente
e rolar,
rolar...

a Anoiteceu,
e é prenuncio,
lusco-fusco.
piscadelas psicóticas saicodélicas
Cérebro, coração...
Cérebro, coração...
Cérebro, coração...

Anoiteceu
e é prenuncio.
Somente passos
nos corredores passam,
coisas, etc de todos os tempos.

dDa sequência , o que se tornou ?
afora pólen que me alimenta,
todo...
após meu gesto,
meu canto.
No entanto,
sutilmente,
arranha meu peito,
uma nova forma:

Finque
Finque
Finque
Finque
Finque
Até sangrar!

m Mal-cheirosa, entumescida
flor do mal, do pântano
povoa.
Asquerosa, cruel
flor do fel, do nojo-asco
povoa.
Por mil anti-falantes
a semear.
Ao sêmen,
nova é a vida
segredada nas antigas paredes e nada impera nem o teu império de miséria, nem no teu império de feridas.

Ruínas, ruínas são teus olhos.
Ruínas, ruínas é meu peito.
Ruínas, ruínas, ruínas feito.
Ruínas feito a mal-cheirosa,
Entumescida flor do mal,
do pântano
povoa.

e E dos meus dentes
que já te mostrei,
a noite ela me disse
que fazem ruídos estranhos
que nem sei.
E agora vens
com teu riso irônico, com a tua violência
a colocar
por entre eles
tua cabeça.
E eu cá,
com a boca aberta
e o pensamento solto,
inerte a te fitar,
e tu a rir

a Alimentei-me hoje
de uma ousadia,
em gritar
com brados forte,
meu gesto gasto.
Há muito que seria um olhar.
Há muito que seria
um estreitar de almas, um apaziguar,
sem me alimentar
infame assim,
do que já vivi por ti:

a nossa tão mesma.

c Conforta,
comporta,
entorta na porta
essa vã existência.
E prende
o líquido solto, por onde fluis em tontas ligações com a terra.
Confere,
difere,
espere na porta
sua vã existência.
E prende
o gosto da raiz, rezina
que não mais importa,
que não mais conforta,
que não mais comporta.
Entenda
que essa é uma porta.

Não parta
Fique por perto,
que por certo se abrirá
sem nossos uivos, sem nossos uis.
Macia e pestilenta.
Cure-a, cruze-a,
transpasse-a,
e deixe-a

f Fiz da rebeldia, toda a folia
escondida em bocas
mudas e fundas.
Tombaram em meu leito
muitas facadas.
E de criança,
em campo aberto, ventanias em que cresci,
lembrei-me da doença
com a qual me assustavam,
onde persisti viver.
E agora,
também calado,
mudo e pálido,
fico a espreita...
fico a espreita...

Fui lá ver minha dor crescida,
madura e decrescente,
que num belo dia me deixou.
Vi de perto
aquele seu imenso amor pelo mar,
que em ondas a acariciava.
E ela lá, despudorada,
se entregava deliberadamente.

s Será de meu amigo,
que meu amigo é,
ou mera ilusão?
(Oh! trajes
que todos vestem
e jamais despem.)
E o festejo se insinua
de festa,
se insinua e infesta
de um zunir
tonto de moscas.
E então, meu amigo, que de meu amigo
diz ser?
Nessa abundante
alegria que habitas
jamais posso viver.

Se não for agora,
quando seremos
uma vez por mês,
uma que outra vez,
um amanhecer
e chorar.
Se não for agora,
quando ouviremos
uma vez por mês,
uma que outra vez,
um momento ao vento,
um eterno alento.
Quando medirás?
Quando me dirás?
Quando me ouvirás?
Sem receio,
sem por certo
se enrijecer
e fecundar a fria
fúria envolvente
que se arrasta
pelas ruas.
Alerta!

v Vento, vento...

Diga aos coqueirais

avise de um inverno temporal,

de um frio distante,

de geadas,

de um gemido

sonolento e agitado

no canto qualquer

de um peito

que silenciou

tudo isso.

Vento, vento...

Conte aos coqueirais,

fale de um sol distante

que se prolonga por meses,

de uma alegria angustiada,

de gelos nas calçadas

amanhecidas

por trôpegos sonhos

e desesperadas neblinas,

que querem viver em tudo isso,

também tão nosso...

E nós e eles.

Vento, vento...

como é duro esse acordar.

vin2

Ser tudo o que se possa ser,

e viver constantemente,

intensamente,

todos os papeis

que aparente importar

a uma existência.

E da fria coerência,

escapar das garras

que nos prendem.

Ser:

Lua cheia...

Noite, dia...

Névoa...

Vento...

Relva...

E...

vin

Ser filho que acalanta

em devaneios,

ser filho que divaga

em acalanto,

e que, em pranto seco,

relembra com saudade

sua lágrima que já rolou

aos pés de pessegueiros

ao cair da tarde.

Ser filho que brada

em pensamentos,

ser filho que pensa

em brados fortes,

e que, em insana

loucura palpitante,

relembra com saudades

com risos estéreis, infecundos,

seu espírito solto

que se enlaçou nos pessegueiros,

ao nascer de uma manhã.

Oiviradoipirangasmargensplacidasdeumpolvoeroicobradoreturbante

n Não eu que me afino

perante um erro maior,

sem erro nlnguém...

Não eu que me semeia

perante uma morte maior,

sem morte ninguém...

Não eu que me enrijece

perante um juízo maior,

sem juízo ninguém...

Não eu que me ilumína

perante um nada maior,

sem nada e alguém.

Que eu,

não eu,

sei de nada.

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